Menina de três anos morta pelo pai gostava de passar finais de semana com ele, diz delegado: 'Mãe relatou que a criança adorava ele'
24/12/2024
Mulher também foi atingida por disparos e relata que nunca foi ameaçada de morte pelo homem. Diego de Souza fugiu após o crime, mas foi preso em um bar, após denúncia anônima. Homem é preso após matar a filha e tentar matar a ex-mulher
A menina de três anos de idade que foi morta a tiros pelo próprio pai, Diego de Souza, em Londrina, no norte do Paraná, gostava de passar finais de semana com o homem, segundo o delegado João Reis.
A mãe da criança também foi alvo dos disparos. Apesar de ela ter uma medida protetiva contra ele devido a um caso anterior de violência doméstica, os dois tinham um bom relacionamento atualmente, relata Reis.
"A mãe relatou que a criança adorava ele. A criança gostava de passar finais de semana com ele, então a mãe nunca desconfiou de nenhuma situação. [...] Nunca ouviu nenhum tipo de ameaça, como: 'Vou te matar e matar a criança se você não ficar comigo'", contou o delegado, em uma entrevista coletiva.
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O crime aconteceu nesta segunda-feira (23). A criança foi encontrada morta dentro de um carro estacionado nesta segunda-feira (23) e a ex-companheira do homem e mãe da menina também foi alvo de disparos, e sobreviveu. Ela iria se casar no mesmo dia com o novo namorado. Veja detalhes mais abaixo.
Na coletiva de imprensa, o delegado também afirmou que primeiro Diego atirou na filha e depois na ex, e que após ser alvo de um disparo a mulher se fingiu de morta para que o ataque não continuasse.
"Foi quando ele entrou no carro pra sair com a criança que bateu o desespero nela, porque aí que ela percebeu que a criança estava no carro ainda. Ela, então, foi pedir por socorro pras pessoas próximas", detalha Reis.
Diego fugiu do local do crime e foi preso horas depois em um bar da cidade, após denúncia anônima.
Durante o depoimento à polícia, o homem afirmou que não tinha a intenção de atirar contra as vítimas.
" Foi coisa que passou na minha cabeça na hora. Sim, me arrependo bastante, mas não estava [premeditado]… O meu plano primário era eu me matar, eu não suportava a ideia dela [a filha] ficar longe de mim e ficar com outro pai", disse Diego.
De acordo com o delegado, ele vai responder pelos crimes de feminicídio (contra a filha), tentativa de feminicídio (contra a ex), porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e resistência à prisão.
O g1 e a RPC aguardam resposta da defesa dele.
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Entenda o crime
Criança foi encontrada morta dentro do carro.
Patrícia Pivetta - RPC
O crime aconteceu no condomínio em que mãe e filha moravam, na Avenida Paulo Akaichi, enquanto o ex-casal estava trocando a guarda da criança.
Conforme informações apuradas com a Guarda Municipal pela RPC, Diego de Souza colocou a filha no carrinho de bebê do carro e disparou contra a menina.
Em seguida, ele atingiu a mulher e fugiu. Ela foi internada no Hospital da Zona Norte de Londrina com ferimento na cabeça. Conforme informações da unidade, a vítima receeu alta no início da tarde.
A criança estava na Rua Ângela Munhoz Moreno, dentro do veículo. O óbito foi confirmado pelas equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Guarda Municipal, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros realizaram buscas pelo homem. Ele foi encontrado em um bar da cidade, após denúncia anônima.
A Guarda Municipal, que realizou a prisão, informou que ele ainda tentou fugir ao perceber que seria abordado. Com ele, foram encontrados um revólver e uma munição.
Segundo o delegado João Reis, ele não estava sob efeito de álcool ou drogas no momento do crime.
Motivação
Diego de Souza foi preso horas após o crime
Reprodução/RPC
Ao ser preso, Diego de Souza disse que "se sentiu no direito". A informação foi divulgada pelo guarda municipal (GM) Marcos Godoy, em entrevista à RPC.
O GM também explicou que a ex-companheira do suspeito iria se casar com o novo namorado, nesta segunda-feira (23), e que o homem não aceitava o fim do relacionamento.
O evento seria durante a tarde.
"Aqui na delegacia ele demonstrou estar bastante tranquilo para uma pessoa que matou uma criança de três anos, filha dele", relatou Marcos.
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