'Foi como se caísse uma bomba na casa', diz filho de vítima de tornado no Paraná
09/11/2025
(Foto: Reprodução) José Gieteski, de 83 anos, morreu durante passagem de tornado por Rio Bonito do Iguaçu
Arquivo familiar
José Gieteski, que morreu durante a passagem de um tornado por Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, estava dentro de uma casa que foi arremessada com a força do vento, segundo o filho, Antonio Gieteski.
"O pai estava com a mãe em casa, como de costume. De repente veio o tornado e, em questão de um minuto, um minuto e 20 segundos, foi como se caísse uma bomba na casa deles. A casa dele foi arremessada uns 30 metros de distância, era uma casa de madeira. Nesse impulso, ele foi junto e as madeiras caíram em cima", conta o filho.
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A cidade teve 90% dos imóveis destruídos por um tornado no fim da tarde de sexta-feira (7). Além de José, outras cinco pessoas morreram e 750 pessoas receberam atendimento médico. Mais de mil moradores ficaram desalojados e abrigos emergenciais começaram a ser montados com o apoio de cidades próximas.
Conforme Antonio, a esposa de José foi arremessada para o lado oposto. Ela teve fraturas na costela e está internada em uma Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em Laranjeiras do Sul, cidade vizinha a Rio Bonito do Iguaçu.
José Gieteski foi sepultado no domingo (9). Ele, que era aposentado, deixa cinco filhos, netos, bisnetos e a esposa.
"Ele era uma grande pessoa. Ele costumava dizer que eu era o braço direito dele, porque eu cuidava deles, mas ele era o resto [do corpo]. Se eu era o braço dele, ele era todo o resto para mim. Era muito preocupado com os filhos, comigo, com os meninos. Um excelente pai. Gostava de tomar chimarrão, contava história antiga, muito fiel, muito justo, muito correto", lembra o filho Antonio.
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Reprodução/TV Globo
Tornado EF3
A ocorrência que deixou seis mortos e pelo menos 750 feridos em Rio Bonito do Iguaçu foi causada por um tornado EF3 que integrou uma tempestade do tipo supercélula, segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Centenas de casas da cidade foram destelhadas, imóveis foram danificados e postes de energia foram ao chão após a passagem da tempestade, no início da noite desta sexta-feira (7). Assista ao vídeo:
Vídeo mostra desespero de moradores após tornado devastar Rio Bonito do Iguaçu
Conforme o Simepar, a intensidade de um tornado é medida dentro da chamada "escala Fujita". Nela, o tornado que atingiu o Paraná foi classificado preliminarmente com o índice F2 – o que equivale a ventos entre 180 km/h e 250 km/h.
No sábado (8), o meteorologista Samuel Braun confirmou que trata-se de um EF3, pois chegou a 250 quilômetros por hora.
Infográfico: tornado deixa rastro de destruição em Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná
Arte/g1
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